Ao falar de contratos por diferença (CFD), muitas pessoas ficam atraídas pela sua flexibilidade e alta eficiência, mas também se sentem confusas quanto aos fatores de risco. Como uma das formas de negociação mais populares entre investidores individuais nos últimos anos, os CFDs realmente apresentam várias armadilhas que merecem atenção. Em vez de temer cegamente, é melhor compreender profundamente a essência desses riscos e as estratégias para enfrentá-los.
O risco mais fatal: liquidação por alavancagem
Entre todos os riscos dos CFDs, o risco de liquidação por alavancagem é o mais direto e urgente. Essa é também a principal razão pela qual muitos iniciantes são “eliminados” rapidamente.
A expressão “alavancagem é uma faca de dois gumes” é bastante conhecida, mas poucos realmente compreendem seu poder. Suponha que você tenha 10.000 dólares de capital e, com uma alavancagem de 100x, escolha negociar ouro. Você pode controlar um contrato de quase 10 lotes padrão. Cada variação de 1 dólar no ouro resultará em um lucro ou prejuízo de 1.000 dólares na sua conta — parece atraente, mas o ouro tem uma volatilidade diária média de cerca de 20 dólares. Uma pequena direção errada pode levar à liquidação total da sua conta.
Comparado a produtos futuros, a alavancagem dos CFDs geralmente pode atingir 200x ou mais, muito superior aos 30x comuns em futuros. Essa alta alavancagem foi projetada para melhorar a eficiência do uso de capital, não para jogos de azar de “uma mão decide a vida ou a morte”.
Para evitar a liquidação, o núcleo da estratégia está em dois pontos:
Primeiro, a mentalidade e o gerenciamento de posições. Abandonar a ideia de enriquecer da noite para o dia, usar uma alavancagem razoável (de 3 a 5x), mantendo o risco e o retorno sempre sob controle. Embora pareça conservador, essa é uma condição essencial para a sobrevivência a longo prazo.
Segundo, a configuração de stop-loss é obrigatória. Antes de cada operação, é preciso definir o máximo de perda que se está disposto a suportar. Traders experientes normalmente limitam suas perdas em uma única operação a no máximo 10% do seu capital, enquanto iniciantes devem controlar rigorosamente entre 2-3%. É importante destacar que reconhecer a hora de cortar perdas também é uma qualidade que todo trader de CFD deve possuir — a estratégia de “aumentar posições para amortizar custos” do mercado de ações não funciona aqui.
Escolher a plataforma errada, perder o capital
No trading de CFDs, a qualificação e a conformidade da plataforma muitas vezes são negligenciadas por iniciantes, mas na verdade representam um dos riscos mais fatais. Os riscos das plataformas se dividem em duas categorias principais: plataformas fraudulentas ou não regulamentadas e plataformas regulamentadas que podem falir.
Plataformas fraudulentas / falsificadas geralmente não possuem credenciais regulatórias, ou obtêm certificados superficiais em países pouco conhecidos. Elas atraem usuários com promessas de “benefícios” e, em seguida, desviam os fundos e desaparecem. Como são empresas “sem registro” (sem personalidade jurídica, sem respaldo estatal, sem regulamentação), os vítimas quase não têm como fazer valer seus direitos. Essas plataformas normalmente exigem transferências diretas para contas privadas, e não para contas bancárias sob custódia, o que já é um sinal de alerta.
O risco de falência de plataformas regulamentadas é relativamente menor, mas ainda existe. O caso do evento do franco suíço em 2015 é um exemplo clássico — a corretora americana FXCM entrou com pedido de proteção contra falência após o evento, suas ações despencaram 87%, e ela saiu do mercado dos EUA. Embora os clientes americanos tenham sido resgatados, os clientes estrangeiros enfrentaram dificuldades na compensação. Isso nos lembra que, mesmo plataformas reguladas, é importante verificar seu histórico operacional e capacidade de gerenciamento de riscos.
A estratégia de proteção é simples, mas eficaz: evitar a tentação de economizar, escolher corretoras regulamentadas com boa reputação e marcas confiáveis, preferencialmente com longa experiência no mercado. Assim, embora a emoção seja menor, seu capital estará pelo menos protegido.
Slippage e Gap: a virada repentina do mercado
Quando há divulgação de dados econômicos importantes ou eventos imprevistos, o mercado de CFDs pode apresentar dois riscos especiais: slippage (deslizamento) e gap (lacuna).
Slippage ocorre quando, em uma rápida oscilação de mercado, o preço de execução de uma ordem difere significativamente do preço visto na hora do pedido. Isso acontece devido à escassez de liquidez de curto prazo, levando à ampliação do spread (diferença entre preço de compra e venda). O referendo do Brexit em 2016 é um exemplo extremo — todos os pares de libra esterlina tiveram slippage enorme. Suponha que você tenha um stop de venda em 1.2010, com um spread normal de 0.04, seu stop seria acionado em torno de 1.2006. Mas, em um cenário de slippage, o spread pode se ampliar para 10, fazendo com que seu stop seja acionado em 1.2000, resultando em uma perda não planejada.
Gap geralmente ocorre nos finais de semana. Por exemplo, o ouro fechou a sexta-feira a 1880 dólares, mas, devido a notícias importantes, na segunda-feira abre a 1910 dólares. Se você tinha um stop em 1905, ele será acionado a um preço mais alto, e você será forçado a sair com prejuízo.
Esses dois riscos são, de certa forma, imprevisíveis. A melhor abordagem é focar na gestão de capital e risco, usando uma estratégia de posições e stops bem planejados para absorver esses impactos.
Armadilha do swap e variações de juros à noite
Para traders de CFD que preferem manter posições por mais tempo, o swap (juros overnight) pode ser uma fonte de rendimento. É possível obter ganhos de juros ao manter posições vendidas (às vezes também compradas), usando contratos futuros ou de spot para hedge, teoricamente garantindo um retorno sem risco.
Porém, o risco está no fato de que a plataforma calcula o swap considerando não apenas as taxas de juros nominais das moedas ou commodities, mas também ajusta de acordo com a proporção de posições longas e curtas na plataforma, podendo fazer mudanças drásticas em períodos de alta volatilidade. Se o retorno do arbitragem não cobrir custos de spread, comissão, etc., o trader fica diante de uma decisão difícil: manter a posição apostando na mudança da plataforma ou fechar rapidamente para evitar perdas maiores.
A solução é diversificar a carteira. Um par de moedas pode não gerar lucro suficiente se o swap mudar, mas uma combinação de 2-3 pares pode suavizar o risco. Para grandes capitais, essa estratégia de “abrir mão de parte do lucro para aumentar a taxa de sucesso” vale a pena.
Conclusão
Os quatro principais riscos dos CFDs — liquidação por alavancagem, risco de plataforma, slippage e gap, e variações de juros overnight — parecem formar uma barreira de proteção, mas cada um deles é compreensível e gerenciável. Em vez de evitar o mercado por medo, é melhor escolher corretoras confiáveis, concentrar-se no estudo do sistema de negociação e estar preparado. O risco dos CFDs está na compreensão e na execução, não na existência do risco em si.
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Quatro riscos que você deve entender ao fazer negociação de CFD — Guia de sobrevivência para negociadores de contratos por diferença
Ao falar de contratos por diferença (CFD), muitas pessoas ficam atraídas pela sua flexibilidade e alta eficiência, mas também se sentem confusas quanto aos fatores de risco. Como uma das formas de negociação mais populares entre investidores individuais nos últimos anos, os CFDs realmente apresentam várias armadilhas que merecem atenção. Em vez de temer cegamente, é melhor compreender profundamente a essência desses riscos e as estratégias para enfrentá-los.
O risco mais fatal: liquidação por alavancagem
Entre todos os riscos dos CFDs, o risco de liquidação por alavancagem é o mais direto e urgente. Essa é também a principal razão pela qual muitos iniciantes são “eliminados” rapidamente.
A expressão “alavancagem é uma faca de dois gumes” é bastante conhecida, mas poucos realmente compreendem seu poder. Suponha que você tenha 10.000 dólares de capital e, com uma alavancagem de 100x, escolha negociar ouro. Você pode controlar um contrato de quase 10 lotes padrão. Cada variação de 1 dólar no ouro resultará em um lucro ou prejuízo de 1.000 dólares na sua conta — parece atraente, mas o ouro tem uma volatilidade diária média de cerca de 20 dólares. Uma pequena direção errada pode levar à liquidação total da sua conta.
Comparado a produtos futuros, a alavancagem dos CFDs geralmente pode atingir 200x ou mais, muito superior aos 30x comuns em futuros. Essa alta alavancagem foi projetada para melhorar a eficiência do uso de capital, não para jogos de azar de “uma mão decide a vida ou a morte”.
Para evitar a liquidação, o núcleo da estratégia está em dois pontos:
Primeiro, a mentalidade e o gerenciamento de posições. Abandonar a ideia de enriquecer da noite para o dia, usar uma alavancagem razoável (de 3 a 5x), mantendo o risco e o retorno sempre sob controle. Embora pareça conservador, essa é uma condição essencial para a sobrevivência a longo prazo.
Segundo, a configuração de stop-loss é obrigatória. Antes de cada operação, é preciso definir o máximo de perda que se está disposto a suportar. Traders experientes normalmente limitam suas perdas em uma única operação a no máximo 10% do seu capital, enquanto iniciantes devem controlar rigorosamente entre 2-3%. É importante destacar que reconhecer a hora de cortar perdas também é uma qualidade que todo trader de CFD deve possuir — a estratégia de “aumentar posições para amortizar custos” do mercado de ações não funciona aqui.
Escolher a plataforma errada, perder o capital
No trading de CFDs, a qualificação e a conformidade da plataforma muitas vezes são negligenciadas por iniciantes, mas na verdade representam um dos riscos mais fatais. Os riscos das plataformas se dividem em duas categorias principais: plataformas fraudulentas ou não regulamentadas e plataformas regulamentadas que podem falir.
Plataformas fraudulentas / falsificadas geralmente não possuem credenciais regulatórias, ou obtêm certificados superficiais em países pouco conhecidos. Elas atraem usuários com promessas de “benefícios” e, em seguida, desviam os fundos e desaparecem. Como são empresas “sem registro” (sem personalidade jurídica, sem respaldo estatal, sem regulamentação), os vítimas quase não têm como fazer valer seus direitos. Essas plataformas normalmente exigem transferências diretas para contas privadas, e não para contas bancárias sob custódia, o que já é um sinal de alerta.
O risco de falência de plataformas regulamentadas é relativamente menor, mas ainda existe. O caso do evento do franco suíço em 2015 é um exemplo clássico — a corretora americana FXCM entrou com pedido de proteção contra falência após o evento, suas ações despencaram 87%, e ela saiu do mercado dos EUA. Embora os clientes americanos tenham sido resgatados, os clientes estrangeiros enfrentaram dificuldades na compensação. Isso nos lembra que, mesmo plataformas reguladas, é importante verificar seu histórico operacional e capacidade de gerenciamento de riscos.
A estratégia de proteção é simples, mas eficaz: evitar a tentação de economizar, escolher corretoras regulamentadas com boa reputação e marcas confiáveis, preferencialmente com longa experiência no mercado. Assim, embora a emoção seja menor, seu capital estará pelo menos protegido.
Slippage e Gap: a virada repentina do mercado
Quando há divulgação de dados econômicos importantes ou eventos imprevistos, o mercado de CFDs pode apresentar dois riscos especiais: slippage (deslizamento) e gap (lacuna).
Slippage ocorre quando, em uma rápida oscilação de mercado, o preço de execução de uma ordem difere significativamente do preço visto na hora do pedido. Isso acontece devido à escassez de liquidez de curto prazo, levando à ampliação do spread (diferença entre preço de compra e venda). O referendo do Brexit em 2016 é um exemplo extremo — todos os pares de libra esterlina tiveram slippage enorme. Suponha que você tenha um stop de venda em 1.2010, com um spread normal de 0.04, seu stop seria acionado em torno de 1.2006. Mas, em um cenário de slippage, o spread pode se ampliar para 10, fazendo com que seu stop seja acionado em 1.2000, resultando em uma perda não planejada.
Gap geralmente ocorre nos finais de semana. Por exemplo, o ouro fechou a sexta-feira a 1880 dólares, mas, devido a notícias importantes, na segunda-feira abre a 1910 dólares. Se você tinha um stop em 1905, ele será acionado a um preço mais alto, e você será forçado a sair com prejuízo.
Esses dois riscos são, de certa forma, imprevisíveis. A melhor abordagem é focar na gestão de capital e risco, usando uma estratégia de posições e stops bem planejados para absorver esses impactos.
Armadilha do swap e variações de juros à noite
Para traders de CFD que preferem manter posições por mais tempo, o swap (juros overnight) pode ser uma fonte de rendimento. É possível obter ganhos de juros ao manter posições vendidas (às vezes também compradas), usando contratos futuros ou de spot para hedge, teoricamente garantindo um retorno sem risco.
Porém, o risco está no fato de que a plataforma calcula o swap considerando não apenas as taxas de juros nominais das moedas ou commodities, mas também ajusta de acordo com a proporção de posições longas e curtas na plataforma, podendo fazer mudanças drásticas em períodos de alta volatilidade. Se o retorno do arbitragem não cobrir custos de spread, comissão, etc., o trader fica diante de uma decisão difícil: manter a posição apostando na mudança da plataforma ou fechar rapidamente para evitar perdas maiores.
A solução é diversificar a carteira. Um par de moedas pode não gerar lucro suficiente se o swap mudar, mas uma combinação de 2-3 pares pode suavizar o risco. Para grandes capitais, essa estratégia de “abrir mão de parte do lucro para aumentar a taxa de sucesso” vale a pena.
Conclusão
Os quatro principais riscos dos CFDs — liquidação por alavancagem, risco de plataforma, slippage e gap, e variações de juros overnight — parecem formar uma barreira de proteção, mas cada um deles é compreensível e gerenciável. Em vez de evitar o mercado por medo, é melhor escolher corretoras confiáveis, concentrar-se no estudo do sistema de negociação e estar preparado. O risco dos CFDs está na compreensão e na execução, não na existência do risco em si.