16 Blocos de Blockchain foram encontrados com capacidade de congelamento de fundos, gerando controvérsias sobre Descentralização

Fonte: BTCHaber Título Original: 16 fundos de blockchain congelados foram detectados, a discussão aumentou Link Original: https://www.btchaber.com/16-blokzincirde-fon-dondurma-tespit-edildi-tartisma-buyudu/ Um novo relatório publicado por uma exchange de destaque gerou discussões sobre se as redes de blockchain têm a autoridade para congelar fundos.

O estudo analisou os repositórios de código de 166 blockchains. O relatório indica que 16 redes podem congelar ativos dos usuários sob certas condições, e outras 19 redes podem ter uma estrutura que suporte esse mecanismo.

Controvérsias que prejudicam a descentralização

O relatório define o congelamento de fundos como “o bloqueio de ativos em um endereço específico sem a autorização do usuário”. Algumas das formulações no relatório levantaram preocupações, indicando que “essas capacidades, ao reintroduzir o controle centralizado sobre os fundos, estão em desacordo com os princípios fundamentais da descentralização, assim como os bancos tradicionais”. O relatório aponta ainda que “isso significa que a equipe de blockchain ou do projeto pode bloquear completamente um endereço específico de sua escolha.”

16 Blockchains com Permissões de Congelamento de Fundos

A pesquisa classificou 16 blockchains com capacidade de congelamento em três grandes categorias. As cadeias que usam listas negras hardcoded no código-fonte incluem BNB Chain, VeChain, Chiliz, Viction e XDC; o grupo que bloqueia endereços através de perfis de validadores inclui Sui, Aptos, EOS, Linea, Waves, WAXP, Oasis, Havah, Harmony e Supra. Além disso, a HECO Chain é a única rede que gerencia listas negras diretamente através de contratos inteligentes on-chain.

O relatório também aponta que, embora essa situação contrarie os princípios básicos da descentralização, ela pode também ser uma importante ferramenta de defesa para prevenir danos causados por ataques em grande escala.

Uso da funcionalidade de congelamento de fundos em ataques

O relatório usa o ataque de ponte entre cadeias que ocorreu na BNB Chain em outubro de 2022 como exemplo. Quando os atacantes exploraram um erro de validação para cunhar 2 milhões de BNB (cerca de 570 milhões de dólares), a equipe interrompeu as atividades na cadeia adicionando diretamente o endereço do atacante ao código principal. Com essa intervenção, apenas fundos limitados foram transferidos para fora da cadeia.

A rede Sui congelou 162 milhões de dólares em fundos

Outro exemplo fornecido no relatório é o ataque a um DEX na Sui em 22 de maio de 2025. Aproximadamente 223 milhões de dólares foram roubados durante o ataque, e a Sui Foundation e os validadores imediatamente utilizaram a função de congelamento no protocolo para congelar 162 milhões de dólares. Na votação de governança subsequente, a comunidade concordou por uma grande maioria em transferir os fundos congelados para uma carteira multi-assinatura e devolvê-los às vítimas.

A intervenção da Sui levou à implementação de um mecanismo de filtragem de endereços semelhante na cadeia irmã baseada em Move, que foi implantado pouco depois. De acordo com relatos, a blockchain Aptos adicionou essa funcionalidade ao protocolo um mês após o evento da Sui, introduzindo suporte para bloqueio de endereços a nível de validadores.

Divergências entre as redes Aptos e VeChain

O CEO da Aptos Labs classificou o relatório como “enganador”, acreditando que ver essas ferramentas como um poder central unilateral usado pela fundação é incorreto. Ele afirmou que os operadores de nós decidem quais softwares e configurações executar. Adicionou que “os detentores de tokens também decidem seguir qual bifurcação e a quem fazer staking”, e definiu o mecanismo de congelamento como “não um indicador de centralização, mas uma capacidade prática que ajuda a proteger os fundos dos usuários contra ataques”.

A VeChain é outra blockchain que contestou o relatório. Após sofrer um ataque hacker de 6,6 milhões de dólares em 2019, a VeChain bloqueou 469 endereços de atacantes, afirmando que a operação não era uma congelamento de fundos, mas apenas um mecanismo técnico de “bloqueio”, excluindo os endereços dos atacantes da cadeia. A equipe da VeChain defende que o sistema não concede à equipe do projeto o poder de congelar os fundos dos usuários.