O Paraguai está na encruzilhada. Os seus legisladores acabaram de propor suspender temporariamente toda a atividade de criptomineração depois de que as operações ilegais estão literalmente a drenar a rede elétrica do país.
O que está a acontecer:
O projeto de lei apresentado a 4 de abril não anda com voltas: busca proibir por 180 dias a instalação de fazendas de mineração, criação de criptomoedas, carteiras e tudo o que está relacionado. Mas aqui vem o interessante: seria apenas temporário, até que o regulador energético nacional (ANDE) assegure que há potência suficiente para todos sem afetar outros usuários.
O problema real:
50 apagões no que vai do ano vinculados diretamente a mineiros ilegais que se conectam clandestinamente à rede na região de Alto Paraná (onde está a represa Itaipú, a terceira mais grande do mundo). As perdas estimadas: até 60 milhões de dólares anuais. Cada fazenda de mineração causa danos de ~95,000 dólares.
A ironia: o Paraguai tem energia hidroelétrica de sobra. O problema é que os mineradores ilegais estão literalmente roubando-a, sem regulamentação ou pagamento algum.
Por que importa:
Para além da questão energética, a ANDE argumenta que falta clareza legal: sem regulamentação, não há proteção ao consumidor, aumenta o risco de lavagem de dinheiro e evasão fiscal. O Paraguai quase aprovou um quadro cripto em 2022, mas o então presidente Benítez o vetou por medo do consumo energético.
Agora a pergunta é: proibição temporária ou regulamentação definitiva? Se o Paraguai fizer bem, pode ser um modelo. Se falhar, será outro país que fecha as portas ao cripto.
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Paraguai: Proibir ou regularizar? O dilema da mineração cripto que está a colapsar a rede elétrica
O Paraguai está na encruzilhada. Os seus legisladores acabaram de propor suspender temporariamente toda a atividade de criptomineração depois de que as operações ilegais estão literalmente a drenar a rede elétrica do país.
O que está a acontecer:
O projeto de lei apresentado a 4 de abril não anda com voltas: busca proibir por 180 dias a instalação de fazendas de mineração, criação de criptomoedas, carteiras e tudo o que está relacionado. Mas aqui vem o interessante: seria apenas temporário, até que o regulador energético nacional (ANDE) assegure que há potência suficiente para todos sem afetar outros usuários.
O problema real:
50 apagões no que vai do ano vinculados diretamente a mineiros ilegais que se conectam clandestinamente à rede na região de Alto Paraná (onde está a represa Itaipú, a terceira mais grande do mundo). As perdas estimadas: até 60 milhões de dólares anuais. Cada fazenda de mineração causa danos de ~95,000 dólares.
A ironia: o Paraguai tem energia hidroelétrica de sobra. O problema é que os mineradores ilegais estão literalmente roubando-a, sem regulamentação ou pagamento algum.
Por que importa:
Para além da questão energética, a ANDE argumenta que falta clareza legal: sem regulamentação, não há proteção ao consumidor, aumenta o risco de lavagem de dinheiro e evasão fiscal. O Paraguai quase aprovou um quadro cripto em 2022, mas o então presidente Benítez o vetou por medo do consumo energético.
Agora a pergunta é: proibição temporária ou regulamentação definitiva? Se o Paraguai fizer bem, pode ser um modelo. Se falhar, será outro país que fecha as portas ao cripto.