No início de agosto, a equipa da Plume suscitou especulação ao lançar um teaser para “setembro”, com o CEO Chris Yin a comunicar em chinês, o que levou a comunidade a antecipar novidades em matéria de parcerias para esse mês. As mais recentes interações públicas entre Plume e AntChain vieram intensificar ainda mais estas expectativas.

Principais Atributos e Pontos Fortes de Cada Cadeia
AntChain
Posicionamento: AntChain é a principal blockchain consorcial permissionada na China, dedicada a casos de uso no setor público, empresarial e industrial.
Destaques Técnicos:
- Arquitetura permissionada e estrutura de identidade: Autoridades certificadoras empresariais, mapeamento de nomes reais para organizações e indivíduos, e controlos de permissão granulares.
- Conformidade auditável: Rastreabilidade on-chain, consenso multi-nó e integração com sistemas de auditoria e gestão de risco offline.
- Elevada capacidade de processamento e finalização determinística: Reconciliação empresarial estável, liquidação eficiente e recolha de provas legais.
- Privacidade e governação de dados: Suporte maduro para computação multipartidária (MPC) e ambientes de execução fiáveis (TEE).
Aplicações especializadas: Financiamento de cadeias de abastecimento, conformidade em comércio internacional, certificados digitais e provas em blockchain, colaboração industrial, entre outros—digitalizando ativos do mundo real e integrando-os em esquemas regulatórios.
Plume
Posicionamento: Plume é uma cadeia compatível com EVM dedicada à integração de Real-World Asset (RWA), com destaque para a composabilidade entre RWA e DeFi e para a expansão do ecossistema de desenvolvimento.
Destaques Técnicos:
- Sistema EVM/contas: Compatibilidade profunda com Ethereum, permitindo migração de contratos e ferramentas de desenvolvimento a custos reduzidos.
- Módulos de conformidade: Anti-Money Laundering (AML), suporte a listas brancas, restrições de transferência e lógica modular de verificação.
- Suporte nativo a DeFi: Composabilidade modular para AMMs, empréstimos, fornecimento de liquidez, distribuição de rendimentos e uma gama de estratégias de formação de mercado e derivados.
- Visibilidade global de ativos: Os ativos beneficiam de exposição e liquidez secundária em redes internacionais de desenvolvimento e formação de mercado.
Aplicações especializadas: Formação de mercado, provisionamento de liquidez, cofres estáveis, estratégias alavancadas e recursivas, rendimentos tokenizados—viabilizando o desbloqueio de liquidez e acesso ao mercado para ativos conformes.
Limitações Práticas na Integração de Cadeias Permissionadas e Públicas
Embora integrar cadeias permissionadas como AntChain com redes públicas como Plume ofereça um potencial significativo, subsistem desafios relevantes a nível regulatório, técnico e operacional, especialmente evidentes no ecossistema RWA em transformação até 2025:
- Âncoras legais: A emissão de ativos nacionais e os registos de investidores são fortemente regulados (por autoridades como as da China continental ou Hong Kong) e não podem ser simplesmente transferidos para uma cadeia pública sem violar normas de conformidade.
- Restrições de elegibilidade e transferência: Só investidores qualificados (instituições ou indivíduos certificados) podem deter ou negociar estes ativos; os registos precisam de ser sincronizados em tempo real com os sistemas originais, excluindo investidores retalhistas e reforçando exigências de KYC.
- Modelo de confiança das pontes: As cadeias permissionadas carecem geralmente de verificação descentralizada por cliente leve, dependem de operadores, entidades de custódia e auditorias periódicas—introduzindo riscos de centralização.
- Fluxos financeiros e resgate: Distribuições como cupons e rendas, assim como resgates na maturidade, exigem fluxos internacionais conformes e total auditabilidade on-chain, o que implica integração técnica avançada.
O mero esforço de bridging técnico não basta. É indispensável garantir conformidade rigorosa, verificações regulatórias e interoperabilidade entre blockchains para aproveitar os pontos fortes de cada cadeia, reduzindo riscos e estabelecendo bases para modelos colaborativos futuros.
No dia 26 de agosto, a GTJAI (Guotai Junan International) e a Ant Group Digital Technology concluíram a primeira emissão cross-chain de produto estruturado tokenizado entre AntChain e Ethereum. Esta emissão incluiu tokens resgatáveis de rendimento fixo e produtos de proteção de capital indexados a ETFs de ações dos EUA. O processo possibilitou liquidação T+0 e auditoria transparente, evidenciando um mecanismo de liquidez conforme semelhante ao de uma ponte de custódia. O modelo demonstra-se como referência para migração de ativos RWA da AntChain entre blockchains, nomeadamente para a Plume. Por sua vez, a Plume já facilitou a integração do fundo monetário USD emitido pela CMB International ao abrigo do acordo de reconhecimento mútuo Singapura-Hong Kong.
Três Modelos de Colaboração Viáveis
Modelo A: Plataforma de Emissão Unidirecional
Processo:
- AntChain emite e mantém os ativos sob custódia, validando titulares através de KYC.
- A instituição de intermediação bloqueia os ativos e emite tokens representativos na Plume (ERC-20 e ERC-1155, com mecanismos de conformidade).
- Apenas carteiras em lista branca podem transferir os tokens representativos.
- Quando os ativos são resgatados, Plume elimina o token representativo e a instituição de intermediação desbloqueia os direitos originais do ativo na AntChain.
Características:
- Modelo simples, transparente e de fácil auditoria.
- Indicado para ativos padronizados, de curto prazo e com fluxos de caixa estáveis, como rendas e factoração.
- Risco: Liquidez limitada e dependência da confiança na instituição de intermediação.
Modelo B: Ponte de Custódia Bidirecional
O modelo avança sobre o A, adicionando:
- Prova de Reservas (PoR): Revelação regular da reconciliação on-chain/off-chain.
- Arranjos de multissignatura/entidade de custódia: Descentralização do risco operacional.
- Tranches hierárquicas: Quotas prioritárias e subordinadas para diferentes perfis de risco.
Este modelo reforça a confiança do mercado, promovendo produtos de rendimento e maturidade diferenciados. Risco: Colusão entre entidades de custódia pode aumentar as vulnerabilidades sistémicas.
Modelo C: ZK-KYC e Conformidade Programável
- Investidores validam qualificação na AntChain e recebem credencial anónima (ZK Proof).
- Ao negociar na Plume, comprovam elegibilidade sem revelar dados de identidade.
- Conjugam conformidade e privacidade, potenciando mercados secundários abertos e redes de formação de mercado.
Conclusão
O desafio central dos RWAs reside não em “redigir o contrato”, mas sim em “transpor o enquadramento institucional para a blockchain”. AntChain funciona como âncora de conformidade e confiança, enquanto Plume dinamiza o acesso ao mercado e a composabilidade dos ativos. A conjugação de um backbone “instituição de intermediação confiável + token representativo”, apoiado por Prova de Reservas, entidade de custódia e auditoria, permite que os RWAs da AntChain mantenham conformidade e beneficiem de liquidez. A aprovação regulatória e riscos técnicos ou geopolíticos podem afetar colaborações reais. Recomendamos acompanhamento das comunicações oficiais—o verdadeiro valor da ponte só será concretizado quando conformidade e liquidez evoluírem em simultâneo.
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