Com o encerramento do governo dos Estados Unidos em curso e a suspensão da divulgação de dados económicos, os mercados enfrentam um cenário de ausência de informação. Os investidores em ouro reagiram rapidamente, procurando orientação no meio da instabilidade. À data da redação, o ouro à vista (XAUUSD) valorizou até 4 050 por onça, atingindo um máximo histórico. A paralisação política nos Estados Unidos, em conjunto com a instabilidade em França e no Japão, está a canalizar capitais internacionais para o mercado físico de ouro, que opera à margem dos sistemas institucionais.
Este movimento ascendente do ouro não resulta apenas do pânico; alterações nas políticas macroeconómicas e fluxos de capitais internacionais estão a influenciar a valorização. Os investidores apostam que a Federal Reserve (Fed) irá intensificar os cortes das taxas, uma vez que os indicadores laborais e de inflação nos Estados Unidos já revelavam fragilidade antes da paralisação. A redução das taxas enfraquece o dólar e diminui o custo de oportunidade de deter ativos sem rendimento, como o ouro, potenciando ainda mais a valorização do metal.
As entradas em ETF (fundos cotados) alcançaram níveis máximos dos últimos anos, com investidores particulares e institucionais a aumentar significativamente a exposição ao ouro. Este movimento vai além da especulação de curto prazo, constituindo um sinal claro de aversão ao risco. Os bancos centrais a nível mundial, com destaque para a China, estão a reduzir acentuadamente a exposição a obrigações do Tesouro dos Estados Unidos e a reforçar as reservas de ouro, evidenciando uma diversificação das carteiras e uma aposta estratégica na desdolarização.
Com o estatuto do dólar cada vez mais contestado, os mercados globais reavaliam o que constitui um ativo seguro. A paralisia do governo dos Estados Unidos e a ausência de dados económicos deixam os investidores sem referências sobre o estado real da economia. Esta falta de transparência está a acelerar a desdolarização e a renovada procura pelo ouro.
O investidor bilionário Ray Dalio lançou recentemente um apelo contundente no Greenwich Economic Forum, defendendo que os investidores devem alocar 15 % das suas carteiras ao ouro. “Os instrumentos de dívida não são uma reserva de valor eficaz”, afirmou. Dalio sublinhou: “O ouro é dos poucos ativos que se destacam em períodos de tensão e contração dos mercados.” O atual bloqueio político e económico reforça ainda mais esta posição.
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Desde a paralisação do governo dos Estados Unidos à volatilidade política internacional, os mercados enfrentam uma fase de incerteza elevada. É precisamente nestes contextos que o ouro se destaca. O ouro superou os 4 050 por onça, com as perspetivas de redução das taxas de juro, entradas recorde em ETF (fundos cotados) e compras contínuas dos bancos centrais a impulsionar este movimento. O metal está prestes a testar os 4 200 e valores superiores nos próximos meses.