Quando o mercado comete um erro... e quando o estado o salva?



A imagem exibida resume mais de dois séculos de desenvolvimento do pensamento econômico em um percurso que parece linear, mas que na verdade é um percurso dialético e acumulativo, onde nenhuma escola eliminou a anterior, mas reinterpretou-a ou se rebelou contra ela em resposta a transformações da realidade econômica.

Primeiro: a economia clássica – economia de mercado livre
Apareceu no final do século XVIII com Adam Smith, no contexto da Revolução Industrial. Supôs que o mercado é capaz de se corrigir automaticamente através do mecanismo de preços, e que a oferta cria a demanda ( Lei de Say ). Este pensamento era adequado para economias emergentes, com intervenção governamental limitada, onde o problema fundamental é o aumento da produção e não a gestão de crises.

Segundo: a economia neoclássica - Racionalização do mercado
Com Alfred Marshall no início do século XX, a análise passou do nível filosófico macro para a análise micro matemática. O foco aqui é na maximização da utilidade e no equilíbrio parcial, assumindo a racionalidade completa. Esta escola não mudou o espírito do clássico, mas deu-lhe ferramentas de análise mais precisas.

Terceiro: o Keynesianismo – o retorno do Estado ao palco
A teoria keynesiana surgiu na década de 1930 como uma reação direta à Grande Depressão. John Maynard Keynes virou a hipótese clássica de cabeça para baixo: o problema não está na oferta, mas na demanda. O desemprego pode ser equilibrado, e o Estado é solicitado a intervir através da política fiscal. Aqui, a economia passou de "ciência do mercado" para "ciência da gestão dos ciclos".

Quarto: a neo-kinésia – a conciliação e não a ruptura
Após a Segunda Guerra Mundial, economistas como John Hicks e Paul Samuelson tentaram conciliar o keynesianismo e o neoclássico. O objetivo não era apenas o pleno emprego, mas também a estabilidade e o crescimento. Esta escola é a base teórica das políticas do pós-guerra, mas sofreu mais tarde diante da estagflação dos anos setenta.

Quinto: a escola clássica nova – a contra-revolução
Nos anos setenta, com Robert Lucas e Edward Prescott, o foco voltou-se para as expectativas racionais, e a eficácia das políticas discricionárias foi questionada. A economia aqui é construída sobre modelos dinâmicos, os mercados são supostos eficientes, e a intervenção governamental tem impacto limitado.

Resumo importante:
Este mapa não é um "histórico de erros corrigidos", mas sim um registro das tentativas de entender uma economia em constante mudança. Cada escola estava correta em seu contexto, e errada se generalizada fora de suas condições. O erro comum hoje é tratar uma única escola como uma "verdade absoluta", enquanto o formulador de políticas inteligente é aquele que possui um conjunto diversificado de ferramentas e sabe quando usar cada ferramenta.

A economia não é uma crença... mas uma ferramenta#Gate2025AnnualReportComing $GT
GT-0.97%
Ver original
post-image
GAIA
GAIAGAIA
Cap. de M.:$21.23KHolders:2056
54.31%
Esta página pode conter conteúdo de terceiros, que é fornecido apenas para fins informativos (não para representações/garantias) e não deve ser considerada como um endosso de suas opiniões pela Gate nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Isenção de responsabilidade para obter detalhes.
  • Recompensa
  • Comentário
  • Repostar
  • Compartilhar
Comentário
0/400
Sem comentários
  • Marcar

Negocie criptomoedas a qualquer hora e em qualquer lugar
qrCode
Escaneie o código para baixar o app da Gate
Comunidade
Português (Brasil)
  • 简体中文
  • English
  • Tiếng Việt
  • 繁體中文
  • Español
  • Русский
  • Français (Afrique)
  • Português (Portugal)
  • Bahasa Indonesia
  • 日本語
  • بالعربية
  • Українська
  • Português (Brasil)