Recentemente olhei para os dados de posições em ienes do CFTC e reparei que este aumento das taxas de juro no Japão não tem nada a ver com o episódio de julho/agosto do ano passado.
Lembras-te do que aconteceu em julho passado? Na altura, as posições curtas em ienes estavam acumuladas em massa, a política foi implementada de surpresa e os vendidos foram completamente esmagados, dando origem a um autêntico colapso em poucas semanas.
Mas desta vez? A estrutura das posições é totalmente diferente — agora há uma configuração líquida de posições longas, nem sequer há alvos claros para serem forçados a sair do mercado, por isso a reação do mercado está muito mais calma.
Porquê prestar atenção aos dados do CFTC? Porque o carry trade em ienes está basicamente ligado a estes números.
A lógica é simples: para fazer carry trade, primeiro pede-se ienes emprestados, depois é preciso cobrir o risco cambial, por isso abre-se uma posição curta em ienes no mercado de futuros para cobertura. Quanto maior a posição líquida curta, mais forte está o carry trade; uma recompra massiva dessas posições curtas significa que há gente a sair do mercado.
O CFTC pode não representar o mercado inteiro, mas mostra bem o que os hedge funds e o dinheiro especulativo estão a fazer. Quando as posições líquidas oscilam de forma acentuada, normalmente significa que há grandes movimentos na cadeia do carry trade.
Julho do ano passado foi um caso típico — havia demasiadas posições curtas, e quando veio o aumento das taxas de juro, houve uma liquidação forçada em cadeia. Agora estamos em posições líquidas longas; é difícil imaginar que os longos sejam forçados a sair.
Quanto às expectativas: se o mercado antecipa sinais de subida das taxas ou se aumenta o apetite global pelo risco, aqueles que fazem carry trade já reduziram as suas posições curtas, ou até mudaram para posições longas como proteção.
O cenário atual é exatamente esse — o mercado já absorveu todas as expectativas de subida das taxas, por isso desta vez o impacto foi surpreendentemente pequeno.
Os dados do CFTC são apenas uma "camada dos futuros", o verdadeiro carry trade envolve também operações OTC, empréstimos transfronteiriços, instrumentos de swap e outras estruturas mais complexas. Mas só olhando para a direção do CFTC, já se percebe a maior diferença entre agora e o ano passado: não se trata de um choque estrutural, é apenas a implementação normal de uma política.
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LiquidationAlert
· 7h atrás
Naquela onda de liquidação em julho do ano passado, desta vez a configuração líquida de posições longas inverteu completamente. Não é de admirar que o mercado não traga grandes surpresas.
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VitalikFanAccount
· 7h atrás
Aquela onda de liquidações de posições curtas no ano passado foi mesmo incrível, agora este cenário de predominância líquida de posições longas já não tem a mesma emoção.
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ForkLibertarian
· 7h atrás
Aquela vaga de liquidações de posições curtas em julho do ano passado foi mesmo incrível, desta vez o cenário de predominância de posições longas não deixa qualquer dúvida.
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BackrowObserver
· 7h atrás
Bem dito, aquela vaga de liquidação dos ursos no ano passado foi mesmo incrível, desta vez o cenário de predominância dos touros realmente não tem grande interesse.
Pois é, mais uma vez o velho enredo da cadeia de arbitragem, o mercado já tinha totalmente incorporado as expectativas.
Os dados da CFTC são apenas para referência, os verdadeiros grandes players da arbitragem estão a ganhar fortunas discretamente fora do mercado visível.
Portanto, foi só isto o aumento das taxas de juro no Japão? Parece que foi algo totalmente insignificante, como se nada tivesse acontecido.
Desta vez não há mesmo aquela sensação de liquidação em massa do ano passado, como são todos touros, não há ninguém a ser liquidado.
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CounterIndicator
· 7h atrás
Eh, desta vez não foi mesmo tão emocionante como no ano passado, já se via isso há muito.
Recentemente olhei para os dados de posições em ienes do CFTC e reparei que este aumento das taxas de juro no Japão não tem nada a ver com o episódio de julho/agosto do ano passado.
Lembras-te do que aconteceu em julho passado? Na altura, as posições curtas em ienes estavam acumuladas em massa, a política foi implementada de surpresa e os vendidos foram completamente esmagados, dando origem a um autêntico colapso em poucas semanas.
Mas desta vez? A estrutura das posições é totalmente diferente — agora há uma configuração líquida de posições longas, nem sequer há alvos claros para serem forçados a sair do mercado, por isso a reação do mercado está muito mais calma.
Porquê prestar atenção aos dados do CFTC? Porque o carry trade em ienes está basicamente ligado a estes números.
A lógica é simples: para fazer carry trade, primeiro pede-se ienes emprestados, depois é preciso cobrir o risco cambial, por isso abre-se uma posição curta em ienes no mercado de futuros para cobertura. Quanto maior a posição líquida curta, mais forte está o carry trade; uma recompra massiva dessas posições curtas significa que há gente a sair do mercado.
O CFTC pode não representar o mercado inteiro, mas mostra bem o que os hedge funds e o dinheiro especulativo estão a fazer. Quando as posições líquidas oscilam de forma acentuada, normalmente significa que há grandes movimentos na cadeia do carry trade.
Julho do ano passado foi um caso típico — havia demasiadas posições curtas, e quando veio o aumento das taxas de juro, houve uma liquidação forçada em cadeia. Agora estamos em posições líquidas longas; é difícil imaginar que os longos sejam forçados a sair.
Quanto às expectativas: se o mercado antecipa sinais de subida das taxas ou se aumenta o apetite global pelo risco, aqueles que fazem carry trade já reduziram as suas posições curtas, ou até mudaram para posições longas como proteção.
O cenário atual é exatamente esse — o mercado já absorveu todas as expectativas de subida das taxas, por isso desta vez o impacto foi surpreendentemente pequeno.
Os dados do CFTC são apenas uma "camada dos futuros", o verdadeiro carry trade envolve também operações OTC, empréstimos transfronteiriços, instrumentos de swap e outras estruturas mais complexas. Mas só olhando para a direção do CFTC, já se percebe a maior diferença entre agora e o ano passado: não se trata de um choque estrutural, é apenas a implementação normal de uma política.