Aqui está algo que ninguém quer admitir: comprar tokens está fundamentalmente quebrado.

Pensa nisso. Quando empresas tradicionais têm grandes sucessos, os acionistas realmente capturam esse valor. Os preços das ações sobem. São pagos dividendos. Existe uma ligação direta entre o sucesso e a recompensa.

Mas os tokens? Jogo completamente diferente.

Zero. É esse o valor que realmente chega aos detentores de tokens na maioria dos casos. Os projetos publicam anúncios sobre parcerias, crescimento de utilizadores, marcos de receitas – mas os detentores não veem nada disso refletido nos seus portfólios. A desconexão é absurda.

Porque é que isto acontece? Porque a maioria dos designs de tokens não foi feita para acumular valor. Foram feitos para... bem, existir. Direitos de governação que raramente importam. Utilidade que muitas vezes é teórica. Recompensas de staking que apenas diluem todos.

A ironia é profunda. Um protocolo pode estar a ter enorme sucesso – receitas reais, utilizadores a crescer, a resolver problemas concretos – e os detentores de tokens continuam a segurar ativos que não capturam qualquer valorização. Entretanto, a equipa e os primeiros VCs já extraíram o seu valor.

Isto não é ódio ao cripto. É encarar uma verdade desconfortável: a tokenomics, tal como está, raramente alinha os incentivos dos detentores com o sucesso do projeto. Até que isso mude, estamos só a negociar narrativas em vez de investir em mecanismos genuínos de acumulação de valor.