
(Fonte: U.S. Securities and Exchange Commission)
A Divisão de Trading and Markets da SEC divulgou esta declaração para esclarecer a aplicação da Regra 15c3-3(b)(1) aos valores mobiliários de criptoativos. O comunicado é dirigido a todas as corretoras que custodiam valores mobiliários de criptoativos para clientes, incluindo aquelas que também atuam no segmento tradicional. É fundamental destacar que esta declaração expressa apenas o entendimento da equipe técnica; não constitui regra oficial ou orientação normativa e não modifica obrigações legais já existentes. O objetivo é servir como orientação transitória enquanto os reguladores seguem avaliando questões relacionadas.
Pela Regra 15c3-3, corretoras devem obter imediatamente e manter de forma contínua a posse física ou o controle sobre os “valores mobiliários totalmente pagos” e os “valores mobiliários de margem excedente” dos clientes. Esta declaração da Divisão de Trading and Markets trata exclusivamente dos critérios para “posse física”, não abordando demais exigências de responsabilidade financeira ou compliance. Se determinadas condições forem atendidas e medidas apropriadas forem adotadas, os reguladores não se oporão a que a corretora considere que mantém a posse física dos valores mobiliários de criptoativos dos clientes.
Se a corretora optar por custodiar diretamente os valores mobiliários de criptoativos dos clientes, é indispensável que consiga acessar tais ativos de forma direta e detenha capacidade técnica para transferi-los no ledger distribuído correspondente. Ou seja, a corretora precisa ter controle efetivo sobre a tecnologia e os mecanismos de transferência do ativo, sem depender exclusivamente de terceiros.
Antes de assumir a custódia de valores mobiliários de criptoativos, corretoras devem criar e implementar políticas e procedimentos escritos para avaliar a tecnologia de ledger distribuído e sua respectiva rede, realizando revisões periódicas dessas avaliações.
As análises precisam contemplar desempenho do sistema, escalabilidade, segurança, estrutura de governança e impactos de atualizações de protocolo, hard forks ou outras mudanças técnicas. O objetivo é identificar riscos técnicos ou operacionais relevantes para a capacidade de manter os ativos e implementar controles de risco eficazes.
Se a corretora identificar falhas graves de segurança ou problemas operacionais na tecnologia ou rede que suporta determinado criptoativo, ou se tais fatores representarem riscos materiais para o negócio, o ativo não deve ser considerado como custodiado pela corretora. Esta decisão se baseia em riscos diretamente relacionados à custódia, e não em fatores como volatilidade de mercado ou reputação.
Corretoras devem implementar controles internos alinhados às melhores práticas do setor para prevenir roubo, perda ou uso indevido de chaves privadas. As políticas e controles precisam garantir que apenas a corretora, e nenhum terceiro—including clientes ou afiliados—consiga transferir criptoativos sem autorização.
Corretoras devem possuir planos de contingência claros para situações como falhas em blockchain, ataques de 51%, hard forks ou airdrops, garantindo a segurança e a acessibilidade dos valores mobiliários de criptoativos em eventos inesperados.
Essas medidas também devem assegurar conformidade com bloqueios legais de ativos ou transferências, além de facilitar a transferência dos ativos para um receptor qualificado caso a corretora encerre atividades, entre em liquidação ou processo de falência.
A Divisão de Trading and Markets reforça que esta declaração não cria novas obrigações legais e não substitui as responsabilidades já existentes das corretoras quanto à recomendação de investimentos, adequação ou padrões de melhor interesse. Todas as avaliações e ações devem continuar em conformidade com as demais regulamentações aplicáveis.
Para saber mais sobre Web3, clique para se registrar: https://www.gate.com/
Esta declaração da Divisão de Trading and Markets da SEC não institui novo regime regulatório para valores mobiliários de criptoativos. Seu objetivo é esclarecer em quais condições as corretoras podem ser consideradas como detentoras da posse física desses ativos, considerando tecnologia, gestão de riscos e operações conforme a Regra 15c3-3 vigente. Para o mercado, fica claro que os reguladores buscam uma solução prática para a custódia em conformidade de valores mobiliários de criptoativos sem modificar as regras atuais, transmitindo que a conformidade é viável, porém sujeita a padrões rigorosos.





