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Bem-vindo à nossa análise semanal de macroeconomia e notícias.
O mercado de criptoativos está passando por um impasse peculiar.
O ouro atingiu máximas históricas, as ações ignoram os alertas de resultados e o dólar começa a mostrar sinais de enfraquecimento. O cenário parece pronto para a valorização dos ativos de risco, mas o Bitcoin, que geralmente lidera os movimentos de liquidez, estacionou pouco abaixo dos US$ 117.000.
Mesmo com forte combustível — bilhões em ETFs, stablecoins acumuladas nas exchanges e detentores de longo prazo distribuindo gradualmente — o mercado aguarda uma definição.
Identifique o que falta para a definição do mercado.
Descubra na semana 37 de 2025: 08 a 14 de setembro.
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O Bitcoin fechou a lacuna (gap) dos futuros de agosto na CME em US$ 117.000 na semana passada e parou, entre acumulação e descoberta de preço, após uma quinzena marcada por grandes eventos macroeconômicos.
O mercado subiu e fechou duas semanas consecutivas no positivo pela primeira vez em mais de dois meses, mas encontrou resistência nos US$ 117.000, aguardando um ponto-chave: a decisão do Federal Reserve em 17 de setembro.
O pano de fundo é de incerteza econômica. Inicialmente, há duas semanas, o dado de emprego dos EUA veio abaixo do esperado.
Agora, os dados de inflação divergem. Os preços ao produtor caíram ficando negativos no mês, indicando redução nas pressões de custo. Já os preços ao consumidor apresentaram alta. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto subiu 0,4% e levou a taxa anual a 2,9%, a maior desde fevereiro. Ainda assim, está acima da meta de 2% do Fed, mostrando que o desafio da inflação continua.
Enquanto o PPI aponta para menor pressão inflacionária, o CPI mostra que os consumidores ainda sentem impacto. Com o mercado de trabalho frágil, o cenário favorece uma política monetária mais flexível. O mercado já precifica mais de 95% de chance de corte de 25 pontos-base, segundo o CME FedWatch.
Enquanto isso, outros ativos também fazem história.
O ouro subiu para acima de US$ 3.640 por onça. Já as ações da S&P 500 e do Nasdaq alcançaram máximas históricas antes da reunião do Fed.
O Bitcoin tentou acompanhar essa arrancada.
Dos mínimos próximos a US$ 108.000 no final de agosto, voltou a passar dos US$ 116.000 na semana passada. Mas, diferente do ouro e das ações, não conseguiu romper. O gap foi preenchido, o impulso (momentum) crescia, mas a resistência nos US$ 117.000 persistiu.
O Bitcoin sustentou-se acima de US$ 110.000 ao longo da semana, com alta de 3,81% até domingo à noite.
Os ETFs de Bitcoin à vista absorveram mais de US$ 2,3 bilhões em cinco dias, a semana mais forte desde julho e quinta melhor de 2025. Instituições sustentam as compras, formando posições com capital novo.
Porém, os derivativos não mostram a mesma força.
O interesse aberto em futuros de Bitcoin cresceu pouco, mas o fluxo especulativo já migrou para Ethereum e altcoins, refletido na queda de 0,7 ponto percentual na dominância do Bitcoin na semana.
O Índice de Medo e Ganância subiu nove pontos para terreno neutro, afastando-se da zona de medo e sinalizando sentimento mais forte entre investidores.
As métricas on-chain confirmam: a liquidez está à espera de convicção.
O SOPR mostra que detentores de longo prazo continuam distribuindo em momentos de alta, enquanto os de curto prazo voltaram a vender com lucro. Isso indica rotatividade saudável, movimentando oferta sem sinalizar estresse.
A relação SOPR entre detentores de longo e curto prazo continua elevada, mostrando que as vendas vêm principalmente de carteiras experientes, não de novos participantes.
O Market Value to Realised Value (MVRV) subiu de 2,09 para 2,17 durante a semana, posicionando o Bitcoin no meio do ciclo. Historicamente, MVRV entre 3,5 e 4 marca topo de euforia. Com 2,2, o mercado não está barato nem esticado. O valuation estável, sem excessos.
A Stablecoin Supply Ratio, que compara a capitalização de mercado das criptos com a das stablecoins somadas, caiu para o menor patamar em quatro meses. Ou seja, há mais liquidez em stablecoin parada nas exchanges do que em Bitcoin.
O RSI de curto prazo também caiu para perto de 50, indicando impulso (momentum) neutro e possibilidade de alta. Os dados sustentam que liquidez é farta, mas falta convicção.
Cortes de juros nem sempre foram positivo para o Bitcoin.
Em março de 2020, quando o Fed reduziu os juros por causa da pandemia, o Bitcoin inicialmente despencou junto aos ativos de risco, só recuperando após a entrada maciça de liquidez. Situação parecida em 2024: o primeiro corte trouxe volatilidade e realização de lucros antes da nova onda de alta.
Métricas on-chain como MVRV e Whale Ratio mostraram dores de curto prazo seguidas de ganhos no longo. Se o padrão se repetir, o primeiro corte nesta semana pode trazer volatilidade, não alta direta, mesmo com cenário positivo ao fundo.
Se o Bitcoin recuperar e sustentar acima de US$ 117.000, pode acelerar rumo a novas máximas. Se não romper, especialmente se o Fed adiar o corte por conta da inflação recente, o mercado pode retornar para US$ 113.000 ou menos. As ordens de compra e venda mostram forte liquidez nesses níveis, com traders já posicionados para movimentos bruscos.
As instituições seguem preferindo ETFs de Bitcoin, enquanto traders especulativos migram capital para Ethereum e Solana.
Se o BTC romper após a decisão do Fed, espere que o impulso (momentum) alcance outros ativos. O ETH, já atraindo alavancagem, tende a superar o BTC. Se isso ocorrer, as altcoins serão as primeiras a sentir a reversão do capital especulativo.
Liquidez se acumula com ETFs absorvendo oferta, stablecoins paradas e detentores de longo prazo distribuindo. Falta convicção e um catalisador.
Se Powell sinalizar flexibilização com poucas ressalvas, Bitcoin tende a retomar US$ 117.000 e buscar novos patamares. Se alertar para inflação persistente ou riscos externos, o mercado pode seguir travado, talvez até outubro.
Para investidores, as métricas on-chain apontam uma fase saudável, mas recomendam cautela. As instituições e tesourarias corporativas aumentam os investimentos em ETFs. O risco está no momento da entrada, não na direção do mercado.
A próxima semana vai mostrar se a espera por convicção termina agora. Todos os olhos em Powell.
Esta foi a análise macroeconômica e de notícias da semana.
Até a próxima semana.
Até lá, fique atento.