A terceira guerra dos navegadores está em curso, pouco visível. A disputa histórica entre Netscape e Internet Explorer nos anos 1990, o movimento open-source liderado pelo Firefox e a ascensão do Google Chrome sempre refletiram o embate por controle de plataformas e pelas grandes mudanças tecnológicas. O Chrome conquistou a supremacia por meio de atualizações ágeis e integração ao ecossistema, viabilizando que o Google estruturasse um “duopólio” entre busca e navegador, criando um ciclo fechado de acesso à informação.
Esse cenário, no entanto, passa por ameaças. Modelos de linguagem avançados (LLMs) impulsionam o comportamento de busca “zero clique”: usuários resolvem tarefas imediatamente na página de resultados, sem navegação tradicional. Ao mesmo tempo, especulações sobre a Apple substituir o motor padrão de busca do Safari colocam em risco o principal lucro da Alphabet (controladora do Google), e aumentam a incerteza do mercado quanto ao futuro das buscas.
O navegador está mudando de função — não só como exibidor web, mas como plataforma para inserção de dados, ações do usuário, privacidade e identidade. Agentes de IA, embora potentes, ainda dependem do browser para interações complexas em páginas, acesso a dados de identidade locais e controle de elementos web em ambientes confiáveis e seguros. Os navegadores evoluem de interfaces voltadas ao usuário para plataformas de sistema destinadas a agentes de IA.
O artigo discute a atual importância dos browsers, defendendo que a verdadeira disrupção não virá de outro “Chrome superior”, mas de um novo paradigma de interação — migrando da exibição para a realização de tarefas. O navegador do futuro será pensado para agentes de IA — apto a ler, escrever e executar. Projetos como Browser Use buscam semantizar páginas web, traduzindo interfaces visuais em texto estruturado, acessível por LLMs e reduzindo drasticamente o custo de interação.
Líderes do setor já apostam: a Perplexity lança o navegador Comet com busca baseada em IA; o Brave une privacidade e inferências locais, aprimorando buscas e bloqueio de anúncios; iniciativas cripto-nativas como Donut abrem novas possibilidades de interação entre IA e ativos blockchain. O foco desses projetos é repensar a entrada no navegador, não apenas otimizar o resultado.
Para empreendedores, a oportunidade está no encontro entre entrada, estrutura e agente. Com browsers se consolidando como portais para interações digitais mediadas por agentes, quem entregar módulos estruturados, acionáveis e confiáveis moldará a próxima era das plataformas. SEO cede espaço à Agent Engine Optimization (AEO), e a análise de tráfego e integração de fluxos de tarefas reinventam o design de produto. A terceira guerra dos navegadores acontece em torno da “entrada” — e seu resultado dependerá de quem conquista a confiança do agente e o direito de ser chamado.
No começo dos anos 1990, antes de a internet se tornar cotidiana, o Netscape Navigator emergiu como um explorador digital, abrindo novos horizontes para milhões de pessoas. Não foi o primeiro navegador, mas foi o primeiro a popularizar a navegação gráfica intuitiva e transformar a experiência online.
A supremacia, porém, durou pouco. A Microsoft percebeu o valor estratégico dos navegadores e integrou o Internet Explorer ao Windows como padrão. Essa jogada “matadora de plataformas” desestruturou a liderança do Netscape: usuários aderiram ao IE por padrão do sistema. Apoiado pelo Windows, o IE tornou-se onipresente, levando o Netscape ao declínio.
Evolução do Logo Firefox
Diante da dificuldade, os engenheiros do Netscape seguiram por uma rota idealista, liberando o código-fonte do navegador para a comunidade open-source. Foi uma espécie de “abdicação macedônica” tecnológica, encerrando um ciclo e iniciando outro. O código originou o projeto Mozilla, primeiro Phoenix, depois Firefox, com mudanças de nome por questões de marca.
O Firefox foi bem mais que um Netscape revisitado — trouxe avanços na experiência do usuário, nas extensões e na segurança. Foi um marco para o open-source e renovou o setor, sendo chamado de “sucessor espiritual” do Netscape — metáfora tão poderosa quanto o legado otomano sobre Bizâncio.
Mas a Microsoft já tinha lançado seis versões do IE antes do Firefox, e a vantagem do pacote padrão colocou o Firefox em constante perseguição. A disputa nunca foi equilibrada.
Ao mesmo tempo, o Opera da Noruega nasceu em 1994 como experimento. Com motor próprio Presto a partir da versão 7.0 em 2003, o Opera inovou: suporte a CSS, layouts adaptativos, comandos de voz, Unicode. Com base de usuários reduzida, foi pioneiro tecnológico e “queridinho dos geeks”.
Em 2003, a Apple lançou o Safari. À beira da falência, recebeu US$ 150 milhões da Microsoft, para preservar a competição e evitar problemas antitruste. Embora o padrão fosse Google Search, a relação Apple-Microsoft exemplifica a dança entre gigantes da internet.
O IE7 veio junto ao Windows Vista em 2007, com pouca adesão, enquanto o Firefox ganhou espaço com atualizações rápidas, extensões abertas e atração para desenvolvedores, chegando a cerca de 20% de participação. O domínio do IE enfraqueceu com o avanço do Firefox.
O Google seguiu outro caminho, incubando seu navegador desde 2001, com o projeto aprovado pelo CEO Eric Schmidt após seis anos. O Chrome foi lançado em 2008, baseado em Chromium e WebKit, e — mesmo visto como “inchado” — aproveitou o domínio do Google em publicidade e branding para crescer rápido.
O diferencial do Chrome esteve nas atualizações frequentes (a cada seis semanas) e na experiência consistente entre plataformas. Em novembro de 2011, superou o Firefox com 27% do mercado; seis meses depois, ultrapassou o IE e consolidou a liderança.
Enquanto isso, o ecossistema móvel chinês seguia autônomo. O UC Browser da Alibaba cresceu nos anos 2010, especialmente na Índia, Indonésia e China, preferido por usuários de dispositivos simples devido à leveza e economia de dados. Em 2015, alcançou 17% do mercado móvel global — 46% só na Índia. Mas o endurecimento indiano contra apps chineses retirou o UC dos principais mercados.
Participação de mercado dos navegadores, fonte: statcounter
Na década de 2020, o Chrome atingiu cerca de 65% do mercado global. Google Search e Chrome pertencem à Alphabet, mas dominam por caminhos diferentes — Search responde por cerca de 90% das consultas mundiais, enquanto o Chrome é o navegador principal dos usuários.
Para proteger esse duopólio, o Google investiu pesado — cerca de US$ 20 bilhões pagos à Apple em 2022 para ser o motor padrão do Safari. Analistas estimam esse valor em 36% da receita publicitária do Google proveniente do Safari — uma verdadeira “taxa de proteção” ao seu fosso competitivo.
Participação de mercado dos mecanismos de busca, fonte: statcounter
Os ventos mudam novamente. Os LLMs reduzem o domínio da busca tradicional; em 2024, a participação do Google caiu de 93% para 89%. Mais disruptivos são os rumores do lançamento do motor próprio de IA da Apple — se o Safari adotar o modelo da Apple, lucros e estrutura da Alphabet podem ser abalados. O mercado reagiu de imediato: ações da Alphabet caíram de US$ 170 para US$ 140, refletindo a ansiedade sobre o futuro das buscas.
Do Navigator ao Chrome, do ideal open-source ao modelo publicitário, do uso leve à inteligência artificial — as guerras dos navegadores sempre envolveram tecnologia, plataforma, conteúdo e poder. O campo de batalha muda, mas a pergunta essencial permanece: quem controla o ponto de entrada define o futuro.
O venture capital identifica a terceira guerra dos navegadores, impulsionada por mudanças nas buscas causadas pela IA. O gráfico abaixo aponta as rodadas de investimento em startups líderes de navegador IA.
Gate Ventures
A arquitetura clássica dos navegadores está ilustrada a seguir:
Arquitetura geral, fonte: Damien Benveniste
Consultas dos usuários são enviadas via HTTPS para o Google Front End mais próximo, onde são descriptografadas (TLS), recebem amostragem de qualidade de serviço (QoS) e roteamento geográfico. Tráfego anormal (DDoS, scraping automatizado) pode ser limitado ou desafiado nesse estágio.
O frontend interpreta entradas em três etapas: correção neural de ortografia (“recpie” → “recipe”), expansão de sinônimos (“how to fix bike” → “repair bicycle”) e análise de intenção para classificar e direcionar solicitações específicas.
Índice invertido, fonte: spot intelligence
O Google utiliza índices invertidos para buscas. Diferente dos índices diretos baseados em ID de arquivo (desconhecidos pelo usuário), o índice invertido localiza arquivos por palavras-chave. Em seguida, usa indexação vetorial para busca semântica, transformando textos e imagens em embeddings multidimensionais e buscando por similaridade. “How to make pizza dough” pode trazer “pizza dough making guides”. Normalmente, cerca de 100.000 páginas entram no corte inicial.
Métricas como BM25, TF-IDF, pontuação de qualidade de página e milhares de dimensões de dados reduzem os 100.000 candidatos para cerca de 1.000, formando o conjunto preliminar — domínio dos motores de recomendação. Os atributos vêm do comportamento do usuário, características da página, intenção, contexto, horário, dia e atualizações de notícias em tempo real.
O RankBrain e o Neural Matching do Google interpretam semântica das consultas e selecionam documentos mais relevantes. RankBrain (desde 2015) converte consultas e documentos em vetores para correspondência semântica, resolvendo até buscas inéditas. “How to make pizza dough” pode corresponder a “pizza basics”. Neural Matching (desde 2018) usa redes neurais para combinar consultas e documentos, mesmo com termos divergentes — “laptop fan is loud” pode trazer guias de superaquecimento, poeira ou CPU.
Depois da filtragem inicial, o Google aplica BERT para refinar ainda mais os resultados, priorizando relevância. O BERT codifica conjuntamente consulta e documentos para cálculo preciso — “parking on a slope without curb” direciona BERT para dicas de posicionamento de rodas à beira da via. Para profissionais de SEO, dominar os algoritmos de recomendação e ranqueamento do Google é vital para conquistar o topo.
Esse é o fluxo típico das buscas do Google. Mas com a era da IA e dos dados massivos, a interação com browsers está em transição.
Por que os navegadores continuam relevantes? Existe um novo paradigma além dos agentes de IA e browsers?
Em resumo, browsers são insubstituíveis. A IA pode utilizá-los, mas não substituí-los, já que são plataformas universais para leitura e entrada de dados. O mundo digital não é só acesso à informação, mas geração e interação de dados. Browsers que integram dados personalizados seguem essenciais.
Navegadores vão além do acesso à leitura; o usuário precisa interagir. São ideais para guardar fingerprints e tokens de privacidade, exigem mediação para ações avançadas e automações confiáveis e seguras. A sequência evolui para:
Usuário → Agente IA → Browser.
A parte substituível acompanha tendências: inteligência, personalização e automação. Agentes IA cumprem algumas funções, mas não são adequados para armazenar conteúdo personalizado por questões de segurança e usabilidade:
Browsers garantem armazenamento personalizado porque:
O uso do navegador se divide entre leitura, entrada e interação de dados. Os LLMs mudaram a eficiência e a intuição da leitura — buscar keywords já soa antiquado.
Pesquisas mostram: usuários mudam para “respostas resumo” e rejeitam cliques em páginas.
Em 2024, pesquisa mostra que nos EUA, só 374 a cada 1.000 buscas no Google geram clique; 63% são “zero clique”, com acesso direto a clima, cotações ou cards informativos.
Psicologicamente, levantamento de 2023 indica que 44% confiam mais nos resultados orgânicos que nos snippets; estudos acadêmicos revelam que, para temas controversos, usuários preferem múltiplos links de fontes.
Alguns desconfiados evitam resumos IA, mas muitos já adotaram o “zero clique”. Browsers IA precisam equilibrar interação para leitura; como continuam as “alucinações” dos LLMs, usuários são cautelosos com resumos gerados automaticamente. A evolução é incremental, não disruptiva.
O verdadeiro motor de transformação dos navegadores é a interação. Historicamente, o input era via keywords — limite interpretativo dos browsers. Agora, tarefas complexas são descritas em linguagem natural, por exemplo:
Para humanos, exige busca em muitos sites e cruzamento de dados; tarefas agentic passam a ser realizadas por agentes IA.
Isso segue tendências históricas: automação e inteligência. Fluxos de trabalho migram para agentes IA embarcados nos navegadores. O browser do futuro precisa sustentar processos totalmente automatizados, atendendo:
Apenas assim browsers se consolidam como plataformas de tarefas agentic.
Destacamos cinco projetos-chave: Browser Use, Arc (The Browser Company), Perplexity, Brave e Donut. Cada um aponta caminhos para browsers IA e integração nativa Web3/Cripto.
Por isso Perplexity e Browser Use atraem tanto investimento. Browser Use é destaque em inovação para 2025.
Browser Use, fonte: Browser Use
Browser está desenvolvendo uma camada semântica para interação avançada.
O Browser Use traduz o DOM de árvore visual para árvore de comando semântico, projetado para LLMs — agentes clicam, preenchem e fazem upload sem depender de coordenadas visuais. Funções e texto estruturado substituem OCR visual ou Selenium guiado por coordenadas, tornando a execução mais eficiente. TechCrunch chamou de “camada adesiva que permite à IA ler a web de fato”; o seed round de US$ 17 milhões em março apostou nesse marco.
Após o HTML renderizar o DOM, o browser cria a árvore de acessibilidade para leitores de tela, enriquecendo elementos com funções e estados.
Se o W3C adotar esse padrão, problemas de entrada serão resolvidos universalmente nos browsers. Cartas e estudos da The Browser Company evidenciam os diferenciais do método.
A The Browser Company (Arc) anunciou o fim do desenvolvimento ativo do ARC Browser, focando no novo DIA, voltado para IA. Na carta aberta, admitem incertezas, mas fazem previsões para o mercado de navegadores. Entendemos que só mudanças radicais no lado da saída podem remodelar o setor.
Três previsões do ARC:
https://browsercompany.substack.com/p/letter-to-arc-members-2025
A primeira, de que páginas web deixarão de ser interface principal, desvaloriza o navegador e ignora falha crucial do conceito de browser IA.
LLMs detectam intenções (“reserve voo”), mas não atendem demandas por muita informação. Usuários que precisam de dashboards, notebooks de estilo Bloomberg ou interfaces visuais como Figma dependem de navegadores para ergonomia personalizada — gráficos, arrastar-e-soltar, atalhos. Isso é impossível em interfaces só conversacionais. No Gate.com, ações de investimento exigem estrutura detalhada na entrada, além do chat.
ARC falha ao não distinguir entrada e saída. IA pode simplificar comandos, mas negligencia o papel do browser na apresentação da informação e personalização. Reddit e AAVE têm layouts impossíveis de padronizar. Browsers abrigam dados privados e suportam múltiplos tipos de exibição, sendo insubstituíveis para saída complexa. Hoje, browsers IA focam em “resumos”, condensando conteúdo, mas não ameaçam Google ou busca tradicional, pois capturam apenas parte do tráfego centrado em resumo.
A disrupção real será na renderização voltada à interação por agentes — pela arquitetura de entrada. O redesenho bottom-up proposto pelo Browser Use é mais promissor, já que sistemas modulares e atômicos potencializam poder programático.
Resumindo, agentes IA seguem dependentes dos browsers, que continuarão sendo portais para dados e apps. Com maior integração de agentes para tarefas específicas e interação com aplicações, os navegadores devem evoluir para compatibilidade e maximizar casos de uso.
A Perplexity, motor de busca IA, atingiu avaliação de US$ 14 bilhões — quase cinco vezes mais que em junho de 2024. Processou mais de 400 milhões de consultas em setembro de 2024, com crescimento de 8x em um ano e 30 milhões de ativos mensais.
Seu núcleo é a sumarização instantânea de páginas. Este ano, Perplexity começou a construir o Comet — navegador pensado para “analisar” a web, não apenas exibí-la. O motor de respostas é integrado, inspirado pelo conceito “device inteiro” de Steve Jobs, com tarefas IA nativas. O objetivo é substituir links tradicionais por respostas concisas e citadas, em desafio direto ao Chrome.
Google I/O 2025
Ainda há dois entraves: alto custo de busca e baixa margem para usuários menos recorrentes. Mesmo líder, o Google revelou grandes avanços em IA no I/O 2025, com a nova aba “AI Model” do navegador — Overview, Deep Research e futuros agentes ("Project Mariner").
Com o Google avançando em IA, replicar (Overview, DeepResearch, Agentics) não é suficiente para tirar a liderança. A verdadeira inovação depende de reconstrução da arquitetura de browser, com LLMs integrados ao núcleo e novos modelos de interação.
O Brave foi pioneiro como browser cripto, baseado em Chromium e compatível com plugins Google Store. O modelo de privacidade e tokens de navegação remunerada atende a um nicho, cresce, mas dificilmente será dominante.
O Brave chegou a 82,7 milhões de usuários ativos mensais, 35,6 milhões diários, de 1% a 1,5% do mercado, crescendo de 6 milhões em julho de 2019 para mais de 82 milhões em fevereiro de 2025. Mensalmente, responde por 1,34 bilhão de buscas — apenas 0,3% do volume do Google.
Veja o roadmap abaixo:
Gate Ventures
O Brave se transforma em navegador IA centrado em privacidade, mas a baixa quantidade de dados dificulta personalização de modelo e lançamentos ágeis. Na era dos Agentic Browsers, o Brave manterá o nicho da privacidade, mas dificilmente liderará. O assistente Leo é um plugin de sumarização, sem estratégia agentic completa; falta inovação na interação.
No segmento cripto, o Donut levantou US$ 7 milhões em rodada pre-seed liderada por Hongshan (Sequoia China), HackVC e Bitkraft Ventures. Ainda inicial, o objetivo é unir Descoberta, Decisão e Execução Cripto-nativa.
O diferencial é a automação de execução cripto-nativa. Como prevê a a16z, agentes podem substituir motores de busca para tráfego, com startups disputando conversão iniciada por agentes, não apenas ranking no Google. Isso se chama Agent Engine Optimization (AEO) e Agentic Task Fulfilment (ATF) — não otimizar ranqueamento, mas ser chamado por agentes para tarefas como compras, reservas, mensagens.
O navegador é o maior “portal de entrada” inexplorado da internet — são 2,1 bilhões de desktops e mais de 4,3 bilhões de móveis no mundo, canais para entrada, interação e fingerprint de dados. Browsers persistem porque são portais para leitura e escrita.
A disrupção verdadeira não está nas mudanças do lado da saída. Replicar resumos IA do Google é atualização de plugin, não mudança de paradigma. O avanço está na entrada: tornar seu produto “chamável” por agentes IA para execução de tarefas. Isso define se será incorporado a ecossistemas agentic e capturará novos valores.
No passado, busca era sobre “cliques”; agora, é sobre “chamadas”.
Fundadores devem pensar o produto como módulo de API — o agente deve não só “ler”, mas “acionar” o produto. O design precisa priorizar três aspectos:
A capacidade de ser chamado por agente depende de padronização estrutural — abstrair informações em esquemas. Principais ações (cadastro, pedidos, comentários) podem ser mapeadas em DOM semântico ou JSON? Existem máquinas de estado para replicar fluxos? Interações são scriptáveis? Há WebHook ou API estável?
Esse é o segredo do Browser Use — HTML transformado em árvores semânticas para LLMs. Projetar produtos com estrutura agentic é essencial para o futuro.
Agentes precisam de intermediário confiável para transações e acesso a ativos — browsers acessam storage local, wallets, códigos e 2FA, superando modelos em nuvem. Para Web3, a ausência de interfaces padronizadas obriga agentes a contar com “identidade” e “assinatura” local.
Abre-se um campo fértil para fundadores cripto — uma plataforma multi capability: camadas gerais para chamadas agente-Dapp, conjuntos de interface para contratos, hubs leves de wallet/identidade.
Antes perseguíamos o algoritmo do Google; agora, precisamos ser incorporáveis em cadeias de tarefas agentic. Produtos devem ser granulares — não apenas “páginas”, mas unidades de capacidade — e suportar otimização agentic (AEO) e agendamento (ATF). Cadastro, preços, estoque e fluxos precisam estar prontos para ativação por agentes.
LLMs de diferentes fornecedores têm sintaxe própria (OpenAI x Claude). O Chrome é portal do mundo antigo; o futuro é conectar browsers a fluxos agentic.
Priorize criar “gramática de interface” para chamadas de agente, consolidar seu elo de confiança e edificar a nova “fortaleza/API” da busca.
Se na Web2 o foco era UI para captar atenção, a era Web3 + IA Agent é feita de cadeias de chamada e captura de intenção do agente.
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