Em 2024: Por que os investidores apostam nos ETFs de ouro e qual escolher

O ouro volta a chamar a atenção dos mercados

Vivemos um momento em que as tensões geopolíticas, a incerteza económica e o debate sobre a sustentabilidade fiscal global levam os investidores a procurar ativos refugio. O ouro, esse metal milenar que manteve seu valor ao longo dos séculos, não é exceção. De fato, os ETF de ouro posicionaram-se como a porta de entrada mais acessível para quem deseja proteger seu património sem as complicações de armazenar lingotes físicos.

Por que agora? As razões são múltiplas. As tensões na Ucrânia e Gaza, combinadas com as potenciais mudanças políticas nos Estados Unidos, intensificaram a busca por segurança financeira. Simultaneamente, a expectativa de que os bancos centrais comecem a reduzir as taxas de juro em breve sugere que o dólar poderá enfraquecer-se, o que tradicionalmente favorece o preço do ouro medido em dólares.

Entendendo os ETF de ouro: físicos versus sintéticos

Ao contrário de comprar ouro diretamente, um ETF de ouro é um instrumento que replica o comportamento deste ativo. Existem duas modalidades principais:

Com respaldo físico: O fundo mantém lingotes reais armazenados em cofres de segurança geridos por instituições financeiras reconhecidas. Cada ação que possui representa uma fração do ouro físico custodiado.

Sintéticos: Utilizam derivados (futuros, opções) para seguir o preço. Embora possam oferecer ratios de despesa mais baixos, introduzem risco de contraparte.

Para a maioria dos investidores minoristas, os ETF com respaldo físico são mais seguros e transparentes. As comissões costumam oscilar entre 0,09% e 0,40% ao ano, significativamente mais baixas do que os fundos mútuos tradicionais de ouro.

Vale realmente a pena investir em 2024?

A resposta depende do seu perfil. Se a sua tolerância ao risco é baixa ou intermédia, os ETF de ouro podem ser uma excelente ferramenta de diversificação. Estes fundos não geram rentabilidade por si só como ações com dividendos, mas oferecem algo igualmente valioso: estabilidade em momentos de turbulência.

Consideremos os fundamentos: segundo dados do World Gold Council, 71% dos bancos centrais pesquisados em 2023 planeiam aumentar suas reservas de ouro nos próximos meses. Isto reflete uma estratégia mundial de desconfiança em relação às moedas fiduciárias tradicionais. Se instituições deste calibre apostam no ouro, os investidores minoristas têm bons motivos para segui-los.

Outro fator crítico: o endividamento global. Economias como os Estados Unidos (dívida pública sobre PIB de 129%) e o Japão (263,9%) enfrentam níveis de endividamento históricos. Estes desequilíbrios fiscais alimentam a inflação e erodem o poder de compra da moeda. O ouro, por seu caráter de ativo sem risco de crédito, atua como amortecedor natural.

Os dados falam: procura estável e diversificada

Um dos maiores atrativos do ouro como investimento é que sua procura provém de múltiplas fontes simultaneamente:

  • Joalharia: 581,5 toneladas no Q4 2023
  • Investimento: 258,3 toneladas (com ETF desempenhando papel importante)
  • Bancos centrais: 229,4 toneladas
  • Tecnologia: 80,6 toneladas

No total, a procura global atingiu 1.149,8 toneladas. Raramente caiu abaixo de 1.000 toneladas nos últimos 14 anos. Esta estabilidade na procura, combinada com uma oferta que não pode expandir-se rapidamente (mineração e reciclagem), cria um piso de preço natural.

Os 6 melhores ETF de ouro para 2024

1. SPDR Gold Shares ETF (NYSE: GLD)

O gigante do mercado com 56.000 milhões em ativos sob gestão. Rastreia lingotes custodiados pelo HSBC em Londres, oferece liquidez incomparável (8 milhões de ações diárias) e comissão de 40 pontos básicos anuais. Preço atual: 202,11$, com ganho de 6,0% em 2024.

2. iShares Gold Trust ETF (NYSE: IAU)

Outro titã com 25.400 milhões em ativos e custo de apenas 25 pontos básicos. Respaldo do JP Morgan Chase, volume diário de 6 milhões de ações. A 41,27$ por ação, também com avanço de 6,0% no ano.

3. Aberdeen Physical Gold Shares ETF (NYSE: SGOL)

Opção mais acessível a 20,86$ por ação com 2.700 milhões em ativos. Ouro armazenado na Suíça e Reino Unido, comissão ultra competitiva de 17 pontos básicos. Rentabilidade anual de 6,0%.

4. Goldman Sachs Physical Gold ETF (NYSE: AAAU)

Apenas 18 pontos básicos em comissão, muito abaixo da média da indústria (63 pontos básicos). 614 milhões em ativos, custódia do JPMorgan no Reino Unido. A 21,60$ por ação com avanço de 6,0%.

5. SPDR Gold MiniShares ETF (NYSE: GLDM)

A opção de ultra baixo custo com apenas 10 pontos básicos anuais. 6.100 milhões em gestão, 2 milhões de ações negociadas diariamente. A 43,28$ com incremento de 6,1% em 2024.

6. iShares Gold Trust Micro ETF (NYSE: IAUM)

O mais económico do mercado: 0,09% de comissão. Acessível a 21,73$ por ação (ideal para investidores minoristas) com 1.200 milhões em ativos. Ganho de 6,0% desde início do ano.

Desempenho histórico: 2009-2024

Há 15 anos, o preço à vista do ouro rentabilizou 162,31%. Vamos comparar com os nossos seis ETF:

  • IAU lidera com 151,19%
  • GLD segue com 146,76%
  • SGOL acumula 106,61%
  • AAAU soma 79,67%
  • GLDM registra 72,38%
  • IAUM (lançado em 2021) apenas 22,82%

Estes números refletem a solidez destes instrumentos a longo prazo, embora com variações conforme sua antiguidade e estrutura.

Estratégia prática para 2024: recomendações-chave

Defina primeiro o seu objetivo: Procura proteção contra inflação? Diversificação perante volatilidade? Exposição a decisões de bancos centrais? Sua resposta determinará qual ETF de ouro é o melhor para si.

Diversifique sempre: Não concentre toda a sua carteira em ouro. Complete com ações, obrigações e outros ativos. Uma alocação típica pode ser 5-15% do portefólio, dependendo da sua idade e aversão ao risco.

Invista com horizonte longo: O ouro é volátil a curto prazo. Compre com intenção de manter anos, não meses.

Escolha com base nos custos: Se o seu capital for pequeno, favorecem os ETF de baixo custo como GLDM ou IAUM. Se for considerável, a diferença de 25-40 pontos básicos é insignificante comparada à liquidez do GLD ou IAU.

Monitore o contexto macroeconómico: Tensões geopolíticas, decisões de bancos centrais, movimentos do dólar. O ouro responde a estes estímulos.

Encerramento: o ouro como bússola em tempos incertos

A arquitetura financeira mundial enfrenta pressões nunca antes vistas. Dívida descontrolada, moedas depreciadas, incerteza geopolítica. Neste cenário, os ETF de ouro representam uma ferramenta valiosa, não para enriquecer, mas para preservar riqueza.

Os pequenos investidores têm hoje uma vantagem histórica: acesso democrático a estes instrumentos com montantes mínimos e comissões baixas. Já conhece as suas opções, os seus custos, o seu histórico. O próximo passo é seu: avaliar se posicionar-se agora neste metal precioso faz sentido para a sua estratégia financeira pessoal.

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